quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dia especial pra quem faz a Rural levantar voo

Funcionários da UFRRJ festejam o dia do servidor e recebem a presença de Marcos Pontes

Por Kleber Costa, Phelype Gonçalves e Samara Costa



Dia 28 de outubro comemora-se o dia do servidor público. Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a festividade foi celebrada na quinta-feira (25), no Anfiteatro Gustavo Dutra, mais conhecido como “Gustavão”, no Pavilhão Central (P1). As atividades foram  organizadas pela Coordenação de Pessoal (CODEP). Houve um coffee break para os funcionários, mas quem passou pelo P1 entrou na festa e aproveitou o lanche.

O dia foi tomado, desde cedo, por apresentações e palestras. Às 10h, as meninas da ginástica laboral, com muita animação, colocaram as pessoas para fazer alongamento. O projeto já existe há dois anos e acontece em 12 setores, duas vezes por semana, atingindo cerca de 350 funcionários.

Em seguida, a cerimônia em comemoração ao dia do servidor público foi oficialmente aberta e, para compor a mesa, foram convidados os professores Carlos Luiz Massard (representando a administração superior) e Pedro Paulo de Oliveira Silva, respectivamente, Pró-reitores de Assuntos Estudantis e de Assuntos Administrativos. Além dos dois, Valter Bragança, Diretor do Departamento de Pessoal, e Perez Garcia, Coordenador da Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas, completaram a mesa. Massard destacou a importância dos servidores para a UFRRJ. Segundo o Pró-reitor, os funcionários são de extrema importância para a Universidade:

– Os servidores desempenham um papel importante para o ensino de qualidade, desta que é uma das melhores Universidades Federais do Brasil – afirmou.

Na parte da tarde, o “Gustavão”, recebeu o ilustre Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro, primeiro lusófono e primeiro sul americano a ir ao espaço. Além de cosmonauta, o tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB) é escritor, consultor técnico para programas e projetos de engenharia, embaixador de três organizações internacionais conhecidas e professor. Sua palestra foi a mais esperada pela maioria dos presentes.

História de Sucesso

Muito bem articulado e bem humorado, Pontes fez sua apresentação de forma descontraída, onde compartilhou suas experiências de vida e conhecimentos profissionais falando sobre motivação pessoal, determinação e sonhos. No início contou sobre sua infância em Bauru, município paulista, onde iniciou sua vontade em desbravar o céu, ao observar a Esquadrilha da Fumaça no Aeroclube da cidade. Aos 14 anos decidiu o que queria para sua vida: ser piloto da força área. Para realizar seu anseio, matriculou-se no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e começou a trabalhar na rede ferroviária de Bauru como eletricista aprendiz.

Seus pais, Virgílio de Pontes e Zuleika Navarro, estiveram presentes no seu cotidiano e contribuíram para sua determinação, característica marcante no astronauta. Marcos, com alegria, lembra-se do discurso firme de sua mãe após ver o sonho de seu filho ser desanimado por algumas pessoas frequentadoras do Aeroclube de Bauru.

– Lembro de minha mãe me falar, com aquele jeito italiano dela, firme e direto, a seguinte frase: “Não significa que você não vai ser alguma coisa só porque falaram que não. Estude, trabalhe, persista, e faça mais do que esperam de você”. Até hoje fico arrepiado ao lembrar – diz.

Classificado em 2º lugar no país, em 1981, o astronauta entrou na Força Aérea Brasileira (FAB) e, nove anos depois, contrariou diversos colegas de trabalho decidindo fazer faculdade de Engenharia Aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

– Muita gente falou que eu estava louco, querendo voltar a ser aluno com um emprego e uma família para cuidar. Não dei bola para críticas. Queria ter um diferencial e ampliar as minhas oportunidades. Com um curso superior, além de ser piloto eu poderia ser piloto de testes – contou.

Em 1998, Marcos foi selecionado para o programa espacial da NASA, para a candidatura de uma vaga brasileira. Em 2000, depois de diversos testes e treinamento, foi declarado oficialmente astronauta da NASA onde, até hoje, trabalha, apesar de não ser funcionário da agência.

– Quando recebi o resultado disseram que eu seria o primeiro astronauta do hemisfério sul. Achava que seria só o primeiro brasileiro – relembra.

Experiência e exemplo

Durante sua palestra, Marcos Pontes exibiu vídeos motivacionais e usou sua trajetória como exemplo de força de vontade, além de falar da importância de suas origens.
–  Sonho é aquilo que a gente tem que ter até parar de respirar. Vence quem levanta mais vezes depois de cair e nunca esquece de onde é e de onde vem. Isso é uma das principais características das pessoas de sucesso – frisou.

Professor convidado do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos, considera a educação a atividade mais importante em qualquer país que busca desenvolvimento. E, perguntado sobre a graduação focada nos alunos que poderão ser sucessores de profissionais em atividade hoje em dia, Pontes falou sobre fortalecer o ensino básico.

– Primeiro: educação continuada. Nunca pare. Sempre busque melhorar. Segundo: ao mesmo tempo em que você desenvolve sua carreira, volte, de certa forma, ao ensino fundamental para transmitir suas experiências para os alunos, seja em algum tipo de competição ou como monitor, porque nós nunca vamos conseguir ter uma educação forte no Brasil se não fortalecermos o ensino fundamental – afirmou.

Sem previsão para outra viagem espacial, o astronauta exibiu fotos de sua ida ao espaço em 2006 durante a missão batizada de “Centenário”, em homenagem aos cem anos do voo de Santos Dumont no avião 14 Bis. Para finalizar sua palestra, Marcos falou da emoção em ser Brasileiro e de ser um representante de mais de 190 milhões de compatriotas.

– Quando ficava com medo, lembrava que eu não estava sozinho. Era eu e todos os brasileiros juntos comigo naquele momento indo lá pra cima – finalizou. 

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