Conta aí Professor

Junho/Julho 2012
Prograd abre inscrições para novos projetos do Programa de Educação Tutorial
 
A Pró-reitoria de Graduação divulgou no dia 31 de julho a chamada pú­blica para projetos PET da UFRRJ. As propostas de
verão ser encaminhadas à PROGRAD até 20 de agosto, quando ocorrerá a primeira fase do processo se­letivo. Este ano, o Edital da Secretaria de Educação Superior reforça o caráter institucional dos projetos e prioriza pro­postas que visem à redução da retenção e da evasão. Cada Instituição de Edu­cação Superior poderá apresentar até três projetos por campus, cada um dos quais pertencente a um dos três grupos (cursos; interdisciplinar voltado para co­munidades populares, urbanas, campo, quilombolas ou indígenas; e cursos de engenharia). O edital prevê a criação de 60 novos grupos PET no país em regime de ampla concorrência. 

Veja o edital completo e o formulário para inscrição dos projetos na seção de editais no portal da UFRRJ, no endereço eletrô­nico: http://www.ufrrj.br/portal/modulo/home/editais.php

Os grupos PET
Concebido em 1979, como Programa Especial de Treinamento, os grupos PET surgiram com o objetivo de fortalecer o ensino de universitários que poderiam atuar na docência. Em 2010, o PET pas­sou a ter grupos interdisciplinares, após incorporar o programa “Conexão de Sa­beres”. Tal reestruturação democratizou as oportunidades de acesso do programa que envolve os estudantes em atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Atualmente a Rural conta com 11 grupos:
 
 
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Maio 2012
Curso de jornalismo realiza atividades culturais durante a greve das Universidades Federais
A professora Rejane Moreira, do curso de Jornalismo, conta a sua experiência na greve e mostra a importância das atividades de ocupação, como a que desen­volve ao exibir e debater filmes que trazem questões políticas.

“Estou na Universidade Rural há pouco mais de 2 anos. Minha entrada como do­cente, assim como a de muitos colegas professores, sobreveio do REUNI. Apesar de ser “filha” da universidade pública, já que minha formação, desde a graduação até a pós-graduação, ocorreu na UFF e na UFRJ, apenas agora consegui retornar ao lugar que desde o princípio gostaria de estar. Portanto, após 10 anos como alu­na, essa é a primeira greve que participo como professora. Como aluna, participei de seis greves, principalmente nos anos 90. 

Foto: Arquivo pessoal
Greve é um instrumento de luta. Ela se legitima em distintas instâncias sociais e se apresenta como mecanismo de ação de um determinado setor. No entanto, sabemos que greve causa tormentos sem precedentes. Não gostaríamos de estar em greve, mas sabemos que as lutas, os confrontos com as institucionalizações dos poderes são benéficas do ponto de vista social e coletivo. Neste momento de paralisação podemos repensar o que queremos para a educação, o que alme­jamos como propostas pedagógicas, qual a universidade que é generosa para to­dos, qual a relação da universidade com a sociedade e quais as políticas governa­mentais para a educação. É o momento de sensibilização dos governos diante de nossos problemas cotidianos. 

Lembro-me das greves em que participei  ativamente como aluna. Assembléias, discussões com movimentos de múltiplas ordens e diálogos com meus professores sobre o assunto. Percebia a greve como movimento de combate e esses comba­tes se constituíam de diferentes formas. Participei nesse momento de vários gru­pos de estudos com queridos e importan­tes professores. No final do dia tinha fi­cado na universidade mais tempo do que quando ela estava funcionando. Entendia melhor as coisas, me inteirava daquelas paredes e salas e ocupava a universidade com muita diversidade e liberdade. 

Hoje estou professora e meu compromis­so com esse importante legado se tor­na ainda mais simbólico pra mim. Esses mestres, que ocupavam a universidade no momento da greve, me convidaram a ver as coisas de outras maneiras, a constituir minha própria percepção das coisas. O que eles me ensinaram, lendo, discutindo, ouvindo, vendo filmes é que a universidade é nos­sa. Se ela é nossa, vamos mantê­-la viva. Vamos deixar que a universidade respire outros ares, respeitan­do o combate e também as diferenças."
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Abril 2012
Doutor em Ciências políticas, Otair Fernandes, fala a respeito das cotas sociais nas Universidades brasileiras


O professor Otair Fernandes é professor adjunto do Departamento de Educação e Sociedade do Instituto Multidisciplinar (IM), mestre em Ciência Política UFF e doutor em Ciências Sociais. Atualmente ele faz parte do grupo de estudo Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros - Leafro/UFRRJ Grupo de Pesquisa Educação Superior e Relações Étnico-Raciais – GEPESURER


Jornal da Graduação: O sistema de cotas em vigor no Brasil é o ideal? Por quê?


Otair Fernandes: Na verdade não existe um sistema de cotas no Brasil. O que temos são iniciativas de algumas instituições públicas e privadas que promovem reservas de vagas para grupos discriminados e excluídos a partir do reconhecimento da situação de desvantagens desses grupos devido às pressões e reivindicações dos mesmos. Exemplo disso são as cotas para os deficientes no mercado de trabalho e para as mulheres nas chapas partidárias. No que se refere a população negra ou afro-brasileira (podemos incluir também a indígena) a questão das cotas é apenas um paliativo, mas que coloca o dedo numa ferida de difícil cicatrização para o Estado e a sociedade brasileira, pois foram as maiores vítimas de um sistema social cuja lógica perversa transformou diferenças culturais em desigualdades sócio-econômicas e que sofre desde os tempos da escravidão os efeitos negativos do preconceito, da discriminação e do racismo institucional. Por isso, faz-se necessário entender neste caso que as cotas se inserem num contexto mais amplo que são as políticas de ações afirmativas. Estas, são formas de intervenção política que objetivam a eliminação da discriminação ou implementação de mecanismos de “discriminação positiva” nas relações sociais (trabalho, política, econômica, cultural, educacional, dentre outras) com vistas combater as diversas formas de desigualdades sociais. Para tanto, devem vir acompanhadas de políticas de reconhecimento e de reparações das injustiças sociais cujos principais objetivos são:  a) induzir transformações de ordem cultural, pedagógica e psicológica, visando a tirar do imaginário coletivo a idéia de supremacia racial versus subordinação racial e/ou de gênero; b) coibir a discriminação do presente; c) eliminar os efeitos persistentes (psicológicos, culturais e comportamentais) da discriminação do passado, que tendem a se perpetuar e que se revelam na discriminação estrutural; d) implantar a diversidade e ampliar a representatividade dos grupos minoritários nos diversos setores; e) criar as chamadas personalidades emblemáticas, para servirem de exemplo às gerações mais jovens e mostrar a elas que podem investir em educação, porque teriam espaço.  Neste sentido, A IMPLANTAÇÃO DE COTAS como modalidade de POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS é uma questão de JUSTIÇA SOCIAL!


JG: O que muda com a declaração de constitucionalidade referente às cotas?


Otair Fernandes: Antes de mais nada é preciso entender que a decisão do STF reconhece a constitucionalidade das políticas de ações afirmativas na modalidade reserva de vagas ou de estabelecimentos de cotas é um marco histórico e representa o coroamento de um ciclo de lutas do movimento negro nacional. Isto significa que a seleção para o ingresso no ensino superior do país, especialmente nas universidades públicas, utilizando critério étnico-racial, dentre outros, é legal e desejável. Na medida em que as universidades adotarem e implantarem suas políticas de ações afirmativas não as restringindo apenas ao acesso, mas principalmente a permanência dos universitários afro-brasileiros criando programas efetivos e de qualidades que visam dar as condições necessárias e adequadas para a qualidade da formação acadêmica e o compromisso social desses estudantes, as mudanças serão visíveis na composição do perfil do corpo discente. Mas adiante, esta alteração terá impacto nos lugares sociais de maior status e prestígios no interior da comunidade acadêmica e na sociedade como um todo.
JG: De que forma as cotas étnico-raciais atuam na vida acadêmica dos estudantes cotistas?  

Otair Fernandes: Em primeiro lugar como um reconhecimento histórico da situação de desvantagens social, econômica, política e cultural em que estiveram submetidos os seus antepassados. Em segundo, como uma tentativa de superar essas desvantagens onde os universitários cotistas devem assumir a responsabilidade e o compromisso de reverter mediante a busca de sua formação acadêmica e atuação profissional sem abrir mão da sua origem e identidade. Outra importante é entender que cotas não é benefício gratuito e nem bondade do sistema político, mas uma tentativa ainda paliativa de corrigir injustiças. Ser cotistas é ter orgulho de lutar contra as desigualdades sócio-raciais e contra todas as formas de preconceitos e discriminação, em particular o racismo.

JG: Qual seu posicionamento sobre os critérios para constatar quem é ou não negro?

Otair Fernandes: Entendendo que as políticas de ações afirmativas na modalidade cotas são políticas de acesso os estudos constatam que não há unanimidade nos critérios adotados de seleção pelas universidades brasileiras no estabelecimento de reservas de vagas ou bônus (acréscimo na nota do candidato). No seminário sobre a Democratização do Acesso ao Ensino Superior e As Ações Afirmativas que ocorreu nos dias 2, 3 e 4 de maio, nos três campi da nossa universidade (Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios, respectivamente) trouxemos especialistas sobre o assunto de várias universidades que adotaram sistema de cotas ou bônus. O que ficou constatado é que cada Instituição de Ensino Superior adota critério próprio para reserva de vagas com percentuais variados, os mais comuns são os critérios sociais (escolas públicas), econômicos (renda) e étnico-racial. Para este último a autodeclaração do candidato é bastante utilizado para dizer se é ou não negro ou afro-brasileiro, porém critérios que usam a codificação oficial estabelecido pelo IBGE (branco, pardo, preto, indígena) também são adotados. Aqui na UFRRJ como desdobramento desses seminários será formado um grupo de estudo para aprofundar mais esta questão e sugerir critérios condizentes com a nossa realidade educacional e os objetivos traçados para se pensar um programa institucional de ação afirmativa para afro-brasileiros. Por ora, defendo o critério da autodeclaração por considerar mais satisfatório sob o ponto de vista da conscientização étnico-racial. A hora é essa e não podemos perder a oportunidade de a nossa universidade ser a primeira universidade pública federal a adotar ações afirmativas com foco no critério étnico-racial.

Otair Fernandes de Oliveira - Mestre em Ciência Política/UFF e Doutor em Ciências Sociais/UERJ
Professor Adjunto do Departamento de Educação e Sociedade (DES) do Instituto Multidisciplinar (IM), campus Nova Iguaçu, da UFRRJ
Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros - Leafro/UFRRJ
Grupo de Pesquisa Educação Superior e Relações Étnico-Raciais - GEPESURER
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Março 2012
Reitor da UNB fala à comunidade acadêmica da UFRRJ em aula de recepção de calouros de 2012

A primeira semana de recepção de calouros da UFRRJ em 2012 contou com a presença do reitor da Universidade Federal de Brasília, o prof. José Geraldo de Sousa Junior, que esteve na aula inaugural noturna no dia 05 de março no campus Seropédica. Durante a apresentação, o prof. José Geraldo fez uma palestra na qual expôs sobre a história, os conceitos e a missão das Universidades, especialmente as brasileiras. Acompanhe um recorte de algumas colocações do prof. Geraldo durante a apresentação.

“ Nós estamos vivendo um processo de expansão e de reestruturação das universidades públicas brasileiras. Hoje, por exemplo, andando com professor Ricardo (Reitor da UFRRJ), visitei diversos espaços do campus Seropédica e pude perceber os investimentos públicos que vêm sendo realizados nesta infraestrutura e que envolve grandes recursos financeiros e recursos econômicos. As expansões têm esse lado de estrutura, que é construir novos prédios, oferecer novas vagas e o resultado disso é que a UFRRJ dobrou de tamanho nos últimos anos e isso explica uma outra perspectiva que é a de sua reestruturação. Não basta expandir, é preciso também que as Universidades se reorganizem para que elas possam usufruir dos investimentos feitos, para responder às expectativas das metas sociais que precederam esta expansão e dos objetivos solidários, que estão numa perspectiva de envolvimento internacional, ou de pressupostos de realização de expectativas de cidadania."

"Nós não fazemos o conhecimento para o delírio de nossa expressão de intelectualidade. Nós fazemos o conhecimento porque nós temos a expectativa de mudar o mundo e de poder agir no mundo. Acho que este é o principal desafio para todos nós e é o grande desafio das universidades, sobretudo as públicas, porque elas são responsáveis pela resposta política que a Instituição escreveu, porque a educação é um bem público, é um bem social, é um bem fora de mercado..."

O prof. José Geraldo foi eleito reitor da UnB em 2008, mas atua naquela instituição desde 1985, quando ingressou como professor. Doutor em Direito, Estado e Constituição, é um dos autores do projeto Direito Achado na Rua, grupo de pesquisa registrado no CNPq com mais de 45 pesquisadores envolvidos e conhecido pelas pesquisas com temas relacionados aos direitos humanos e cidadania.
Confira a matéria completa no http://blogdagraduacao.blogspot.com.br/2012/03/reitor-da-unb-fala-comunidade-da-ufrrj.html
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Fevereiro 2012

Afinal estamos na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pública, gratuita e de qualidade!

Dar as boas vindas aos que ingressam na Universidade é acolher pessoas num ambiente que se move em processo contínuo de construção e reconstrução do conhecimento. Mas afinal qual é a principal peculiaridade desta casa do conhecimento a que chamamos de Universidade? De pronto diríamos que é trabalhar articulando o ensino, a pesquisa e a extensão, formando pessoas muito bem qualificadas nas mais diferentes áreas e capazes de dar continuidade à sua formação por toda a vida. Ensinar pesquisando, pesquisando para ensinar, co­nhecer e educar, produzir ciência e tecnologia, solucionar e identificar velhos e novos problemas, desenvolver idéias e promover a cultura, trocar saberes na comunidade científica nacional e internacional e com os diferentes segmentos da sociedade. Uma dinâmica de in­terações que constrói aquilo que identificamos como qualidade. No livro “Educação para a democracia”, ao analisar o papel da Universi­dade, o grande educador brasileiro, Anísio Teixeira nos diz:
“ ...Há toda uma iniciação a se fazer. E essa iniciação, como todas as iniciações, se faz numa atmosfera que cultive, sobretudo a ima­ginação... Cultivar a imaginação é cultivar a capacidade de dar sentido e significado às coisas. A vida humana não é o transcorrer monótono de sua rotina cotidiana; a vida humana é sobretudo a sublime inquietação de co­nhecer e de realizar. É essa inquietação de compreender e de aplicar que afinal encontrou a sua casa. A casa onde se acolhe toda a nossa sede de saber é a Universidade. “
Nesta centenária instituição, a UFRRJ, temos buscado, com muita imaginação, aliar os fazeres universitários a um profundo compromisso com a construção de um país justo, democrático e capaz de se desenvolver porque permite o desenvolvimento de todos que aqui vivem e constroem a riqueza da nação. Ao entrar aqui você está convi­dado a participar deste empolgante processo de formação intelectual, de oportunida­des e novas experiências, de novos laços de amizades e de construção de cidadania. Bem vindos(as) a esta casa!
Profª Nidia Majerowicz
Pró-reitora de Graduação
Profª do Instituto de Biologia
Departamento de Ciências Fisiológicas

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Dezembro 2011
Pró-reitora de Graduação avalia ano de 2011 e fala dos desafios para o próximo ano

JG: Quais os fatos mais marcantes para a Graduação da Rural em 2011?
Nidia Majerowicz: Os principais marcos foram a significativa ampliação de oportunidades acadêmicas qualificadas para estudantes da graduação com a implantação dos oito novos grupos do Programa de Educação Tutorial (PET), seis  novos projetos do Programa de Iniciação à Docência (PIBID), o Projeto Novos Talentos, a aprovação de três projetos das Licenciaturas Internacionais com 21 estudantes em mobilidade na Universidade de Coimbra (Portugal) desde setembro, a conclusão das obras do campus de Três Rios, o crescente dinamismo do Fórum de Coordenações de Curso na reflexão e ação na vida da graduação, o ótimo desempenho dos cursos do Instituto Multidisciplinar, campus Nova Iguaçu, na avaliação do INEP/MEC,  o aprofundamento coletivo sobre os Projetos Pedagógicos das Engenharias, dos cursos de Direito e de Administração e a consolidação de mecanismos adicionais  e eficazes de comunicação na Graduação (Jornal e Blog).

JG: E as principais dificuldades? O que foi feito para superá-las?
Nidia Majerowicz: As principais dificuldades são a não liberação das vagas para a contratação de professores e técnico-administrativos efetivos (projeto de criação de cargos tramitando no Congresso Nacional) e o atraso nas obras de infraestrutura para atendimento das demandas da expansão como salas de aula, laboratórios, biblioteca, obras do novo bandejão, prédios para salas de professores e de urbanização dos novos espaços. A busca de superação passa pela ação política dos Reitores e Pró-reitores em Brasília para  aprovação do PL de cargos efetivos e pelo acompanhamento semanal das obras em andamento com adoção das medidas administrativas e jurídicas necessárias para garantir a sua continuidade.

JG: Quais principais desafios para os próximos anos, mediante o crescimento da UFRRJ?
Nidia Majerowicz: Precisamos garantir a finalização das obras previstas para termos espaços adequados ao desenvolvimento acadêmico, completar o quadro docente dos cursos, buscar junto ao MEC novas vagas docentes para atendimento de demandas específicas como LIBRAS e estágios, implantar programas de apoio didático-pedagógico e psico-pedagógico aos nossos discentes e de formação pedagógica continuada para corpo docente da UFRRJ e ampliar os programas de assistência estudantil aumentando investimentos em atividades culturais, artísticas e desportivas de modo a enriquecer as possibilidades de formação e cidadania dos nossos estudantes.

JG: Qual é a mensagem para a comunidade acadêmica que encerra mais um ano letivo?
Nidia Majerowicz: O trabalho coletivo, solidário e comprometido com a construção de uma educação pública de qualidade, centrada nos nossos estudantes enquanto sujeitos e na sua inserção na geração de conhecimentos e na realidade social, deve ser o ponto de  convergência de todas as atividades na Universidade. O desenvolvimento autônomo e soberano deste nosso rico país como nação justa e democrática somente se tornará realidade com a ampliação e qualificação do seu sistema educacional. Segundo o grande  educador Paulo Freire, “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Essa tarefa pertence a cada um de nós. Saúde, paz e muita energia a todos para enfrentar os desafios que se desenham nesta caminhada rumo ao ano de 2012.

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Novembro 2011 
PET Três Rios: tutora explica Programa em constante interação com a comunidade

Daniela Samira da Cruz Barros, é tutora do grupo “PET Conexão de Saberes para uma formação integradora e cidadã”, realizado pelos alunos de diversos cursos do campus da UFRRJ em Três Rios. Graduada em Letras (Língua Por­tuguesa, Língua Latina e respectivas Literaturas), pela Universidade Federal de Juíz de Fora, Mestre em Linguística pela UFJF, atualmente Daniela é professora de Língua Portuguesa nos cursos de Direito e Economia no ITR. É aluna do Doutorado em Estudos Linguísticos da UFF e possui diversas experiências com docência, pesquisa e extensão, tanto em Universidades quanto no En­sino Médio.

JG: Como é a formação do grupo PET?
Daniela Samira: O “PET Conexão de Saberes para uma formação inte­gradora e cidadã no campus de Três Rios” é um grupo institucional, reú­ne alunos dos quatro cursos de graduação do ITR (Administração, Direito, Economia e Gestão Ambiental) num total de 12 bolsistas, 6 não-bolsistas e 2 voluntários, além de quatro professores colaboradores (um representante de cada curso) e eu (tutora). Temos uma reunião semanal do grupo todo e mais uma reunião semanal de cada subgrupo. Os professores colaboradores e eu desenvolvemos simultaneamente cinco projetos de pesquisa.

JG: Como atua o PET Conexões em Três Rios? Quais são os principais objetivos do Grupo?
Daniela Samira: O grupo tem por objetivo proporcionar a integração entre docentes, discen­tes, técnico-administrativos e comunidade, promovendo formação humana, ética, acadêmica e profissional dos estudantes bolsistas e não-bolsistas, de modo articulado com a inserção social significativa e contextualizada da UFRRJ na região por meio de atividades e projetos de ensino, pesquisa e extensão voltados para o desenvolvimento sócio-ambiental sustentável e para o desenvolvimento educacional e cultural da região. O PET busca desenvolver com os estudantes uma postura de aprendiz (saber pensar, pesquisar, elaborar) diante da vida, para além da for­mação universitária, dialogando com a realidade social de modo crítico e atuante.

JG: Quais são os “ganhos” do aluno que participa do grupo PET?
Daniela Samira: Os alunos desenvolvem diversos saberes e habilidades a partir do seu traba­lho no PET. Participam diretamente da organização de eventos de ensino, pesquisa e extensão, ajudam a promover maior interação entre os cursos do instituto e com a comunidade, o que resulta em muito aprendizado para todos os envolvidos, não somente 
aprendizado científico, mas, principalmente no que diz respeito à formação humana e cidadã.

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Outubro 2011 
Luiz Rodrigues Freire: Professor há mais de 40 anos na UFRRJ relembra fases da Rural


No mês de outubro a UFRRJ comemorou 101 anos de existência e, para home­nagear esta Instituição, o Jornal da Graduação entrevistou um dos docentes mais antigos da UFRRJ, professor Luiz Rodrigues Freire. Engenheiro Agrônomo, graduado na Escola Nacional de Agronomia, na Universidade Rural do Brasil (URB), em 1967, ano em que a URB foi transferida para o MEC passando a ser denominada UFRRJ. Freire também é mestre em Fertilidade e Manejo do Solo pela Facultad de Agro­nomia, Universidad Católica de Chile (1971). Desde 1964 está presente na UFRRJ enquanto estudante, sendo que desde 1968 leciona nesta Universidade, época em que havia somente concurso para Professor Catedrático (hoje, Titular) e o profes­sor iniciava sua carreira no cargo de Auxiliar de Ensino, selecionado e convidado pelo Catedrático.

JG: Como foi a experiência enquanto aluno da Universidade Rural do Brasil?
Luiz Freire: Como quase todos os alunos moravam nos alojamentos, a convivência moldava o comportamento e tornava os estudantes mais solidários entre si, mesmo de cursos diferentes. Além disso, o predomínio era dos cursos de Agronomia (ENA) e de Medicina Veterinária (ENV), com número expressivo de estudantes oriundos do interior dos mais variados estados brasileiros e de países latino-americanos. O regime seriado permitia um entrosamento maior dos colegas, reunidos em turmas que, ainda hoje, cultuam seus laços.

JG: Como era a Rural quando o senhor ingressou?
Luiz Freire: Naquela época, o número de vagas na Universidade era definido pelas vagas nos alojamentos, o que deixou de prevalecer a partir de 1969. Aquela situação restringia o crescimento da Universidade, pois limitava o ingresso na mesma. Ao aumentar a quantidade de alunos “externos”, parte das características já ex­postas deixou de prevalecer. Por outro lado, os alunos administravam o Restaurante Universitário e os espaços nos Alojamentos, através da Cooperativa dos Alunos da Universidade Rural (CAUR, sigla que é usada hoje por pessoas que não sabem sequer sua origem). Havia a Associação Teatral da Escola Nacional de Agronomia – Ate­na, com a apresentação de peças dirigidas e encenadas por alunos; o Cine-Clube, responsável por apresentação de filmes e por debates após cada sessão; a Fazenda dos Alunos da Universidade Rural (FAUR), que também era administrada por estudantes e que produzia nas áreas da Universidade e, não menos importante, as Associações Atléticas da ENA e da ENV, que promoviam os embates esportivos entre as turmas e entre as Escolas. A repre­sentação política era mais forte, não só pela participação mais ativa dos estudantes como pelo fato de a ENA ser, também, sede dos Diretórios Centrais dos Estudantes de Agronomia do Brasil (hoje FEAB) e dos Estudantes de Veterinária do Brasil.

JG: E o que o senhor destaca de melhorias que a Universidade obteve?
Luiz Freire: O desenvolvimento da Universidade, com a incorporação de novos cursos, amplia sua responsabi­lidade e, ao mesmo tempo, fornece oportunidades que milhares (sem exagero do número, haja vista a situação atual) de brasileiros não teriam para adquirir a formação acadêmica de qualidade que a sociedade demanda. Esse destaque, acrescido com a presença da Universidade nos seus campi, é mais do que suficiente para carac­terizar o conjunto de melhorias obtido nos últimos anos.

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Setembro 2011 
Alessandra Carvalho: integrante da Comissão organizadora da SNCT aponta perspectivas para evento


Em outubro de 2011, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro integra a sexta edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Em entrevista ao Jornal da Graduação, a professora do Departamento de Letras e Comunicação Social e integrante da comissão de divulgação, Alessandra Carvalho, comenta os objetivos e fala sobre os trabalhos da comissão.

JG: O objetivo do evento é chamar a atenção da sociedade para temas e atividades ligados à ciência e tecnologia. Nesse sentido, por que a escolha do tema "Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de risco"? 
Alessandra: Este é o tema escolhido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que organiza a Semana Nacional. A Rural decidiu manter o mesmo tema, embora as instituições sejam livres para adaptá-lo ou criar outros.


JG: A SNCT é um evento anual e, nesta edição, a UFRRJ participa. Como tem sido o trabalho da Comissão em torno do projeto? Quais são os maiores desafios?

Alessandra: O evento é nacional e é realizado em muitas instituições. O trabalho das comissões foi dedicado ao objetivo central do evento que é também o maior desafio: divulgar e compartilhar com a sociedade informações geradas pelos professores e pesquisadores da universidade.

JG: O que a Comissão espera do evento? 
Alessandra: Esperamos que este evento seja bem aproveitado pelas comunidades acadêmica e externa. Além dos eventos específicos para alunos do ensino superior, há diversas atividades oferecidas por professores de vários institutos a estudantes do ensino médio e fundamental das escolas de Seropédica. Desejamos que, no próximo ano, mais colegas sintam vontade de participar deste grande momento de popularização da pesquisa e trabalho científico na Rural.

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Agosto 2011
Márcia Pletsch: Coordenadora do Consórcio Internacional com EUA fala sobre progressos


Um dos programas que propicia intercâmbio acadêmico na Rural é o Consórcio em Educação e Diversidade, do qual a professora Márcia Pletsch é coordenadora na Instituição. O programa recebe alunos dos EUA em 2011 e envia alunos da UFRRJ à instituições americanas em 2012.

O Jornal da Graduação conversou com Márcia, docente da UFRRJ desde 2008 nos Cursos de História, Matemática e Pedagogia. Formada em Educação Especial, com Habilitação em Deficiência mental, pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), Márcia é mestre e doutora em Educação, nas linhas de Educação Especial e Educação Inclusiva, e é pós graduada em processos educacionais pela UERJ.

JG: Como se deu sua participação neste Consórcio em Educação e Diversidade na Rural? 
Márcia: Minha participação no projeto do consórcio ocorreu por meio do convite da Professora Geovana Lunardi da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), que é a Coordenadora Geral do Projeto no Brasil. A minha principal motivação é possibilitar aos alunos participantes uma experiência internacional em termos de ensino e pesquisa e, sobretudo, na melhoria da língua inglesa.

JG: Como funciona o consórcio?
Márcia: Ele integra cinco universidades: duas brasileiras e três americanas. Além das bolsas da CAPES oferecidas aos alunos brasileiros, também desenvolvemos atividades integradas entre os professores participantes das cinco universidades para a discussão dos currículos adotados nos Cursos de Licenciatura. Também está sendo oferecida aos alunos a participação em disciplinas sobre o sistema educacional brasileiro e americano.

JG: O que a Rural está demonstrando para os alunos do exterior que vem para o Brasil? E como estão sendo preparados aqueles que vão para o exterior?
Márcia: Nesse momento, recebemos o primeiro grupo de alunos e, no próximo semestre, quatro dos nossos irão para os EUA. Nossos alunos estão sendo preparados desde o inicio de 2011 com atividades para melhorar a língua inglesa e para conhecer a cultura norte-americana. Agora, estamos organizando a documentação e realizando as equivalências entre as disciplinas a serem cursadas lá. Temos contado com o apoio de diferentes professores das lincenciaturas no oferecimento e criação de disciplinas. A assessoria de Relações Internacionais também contribuiu para que os convênios com as universidades participantes fossem assinados, aspecto exigido pela CAPES. No entanto, a partir do projeto, é possível verificar que ainda precisamos ampliar nosso debate sobre a infra-estrutura necessária para receber alunos estrangeiros.

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Agosto 2011


Entrevista “Ping-Pong com o Professor Carlos Luiz Massard, Pró-Reitor de Assuntos Estudantis


O professor Luiz Massard, é graduado e mestre em Medicina Veterinária e doutor em Parasitologia Veterinária. Desde 2009 ocupa o cargo de Pró-reitor de Assuntos Estudantis na UFRRJ.
Nessa entrevista o prof. Massard, que dá aulas na UFRRJ desde 1974, fala sobre os desafios para melhorar a assistência estudantil na UFRRJ.

JG: Qual a Importância da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis?

Massard: Temos um papel de grande importância na UFRRJ, ao viabilizar a assistência estudantil para os estudantes matriculados nos cursos por ela oferecidos com objetivo de propiciar condições necessárias para a manutenção dos estudantes nos seus Campi combatendo a evasão escolar com ações assistenciais, em beneficio, principalmente dos menos favorecidos.

JG: Dos alunos matriculados em 2011-1, 83% são de escolas públicas. Quais as ações voltadas a este público que tende a ser mais carente?
Massard: O Pró-reitoria elaborou um projeto de Concessão de Bolsas de permanência, utilizando parte dos recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) que resultou na implantação das bolsas de Apoio Financeiro à Alimentação, à Moradia, ao Transporte e de apoio Didático Pedagógico nos três campi. Além dessas iniciativas há que se registrar o Setor de Atenção Especial ao Estudante que vem oferecendo terapias alternativas em proveito da Comunidade Acadêmica, atingindo aproximadamente 1.200 atendimentos por ano. Há também um programa conjunto com o Posto Médico e Prefeitura Municipal de Seropédica.

JG: Existem planos para aumentar o alojamento, principalmente o feminino?
Massard: A curto prazo não, mas a médio prazo sim. As obras dependem de projetos e da liberação de recursos específicos, no entanto, estamos promovendo ações que visam minimizar os efeitos da grande procura por vagas nos Alojamentos. Uma delas é a implantação da Bolsa de Apoio a Moradia no Campus de Seropédica, somente para estudantes do sexo feminino.

JG: A universidade avançou na contribuição para a permanência do aluno na graduação?
Massard: Sim, tanto que a procura pelos cursos e pelos benefícios oferecidos registram acréscimos significativos a cada ano. Em todos os Campi, há forte procura pelos benefícios oferecidos que auxiliam a permanência nos cursos nos quais o estudante esteja matriculado. Os mais procurados são as Bolsas de Alimentação, Bolsas de Apoio Financeiro, Bolsas Culturais e Bolsa Atividade. A atual conjuntura demonstra que essa Instituição vem atingindo os seus objetivos e cumprido rigorosamente com as Metas do Programa Nacional de Assistência Estudantil.

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Junho 2011


Professor de Ciências Sociais 
fala sobre experiências na Pedagogia da Alternância


Marco Antônio Perruso é professor do Curso de Ciências Sociais da UFRRJ desde 2009. Com graduação em Ciências Sociais e Mestrado e Doutorado em Sociologia, pelo IFCS/UFRJ, Perruso já foi coordenador do curso de Ciências Sociais e atualmente integra o corpo docente do curso de Licenciatura em Educação no Campo, que utiliza a pedagogia da alternância como método de ensino. Nessa entrevista, Perruso fala sobre sua trajetória acadêmica, que segundo ele, costuma estar voltada para a sociologia com diálogos
entre a antropologia e a política.


JG: Quais são os projetos nos quais atua como professor da Rural?
Perruso: Além das atividades de pesquisa das quais participo, estou atuando na Licenciatura em Educação no Campo da UFRRJ e pretendo, com outros colegas, desenvolver uma atividade de extensão a respeito do impacto social da instalação da siderúrgica TKCSA, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Prograd: O que considera de destaque na sua vida profissional junto à Rural? 
Perruso: Sou muito novo na Rural ainda, mas destaco duas coisas: o fato de estar interagindo com alunos que são trabalhadores e lideranças rurais na Licenciatura em Educação no Campo e a equipe de professores de Ciências Sociais, que é muito unida e compromissada com sua missão na universidade. Tenho muito orgulho dos meus colegas!

Prograd: Qual o diferencial do curso de Ciências Sociais na UFRRJ?
Perruso: Considero principalmente os professores em início de carreira, ou seja, disponíveis para as múltiplas tarefas docentes e compromissados com o Curso de Ciências Sociais.Temos ainda alunos oriundos de regiões tradicionalmente pouco acessadas pelas universidades públicas, muitas vezes carentes, mas capazes de atuar na sociedade com competência e numa perspectiva de transformação social, além da própria vocação pluralista do curso, com produção intelectual situada fora dos centros de maior visibilidade que são a Europa e os Estados Unidos.


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Maio 2011
Conhecendo a Educação à distância da Rural
Fernando Gouvea - coord. das disciplinas pedagógias EaD
Fundamentos da Educação I, II, III e IV e o caminho percorrido pelo trem da educação. Para muitos alunos da Rural essa frase não faz sentido nenhum. Mas, para os alunos do consórcio CEDERJ, os Fundamentos se tratam de disciplinas pedagógicas específicas para se formar um licenciado em Biologia, Matemática, Química, Física ou Turismo.

Para conhecer como funciona a parceria do Cederj com a Rural, o Jornal da Graduação entrevistou o coordenador das disciplinas pedagógicas na UFRRJ, o professor Fernando Gouvea.

JG: Como funcionam os métodos de avaliação do EaD oferecido pela Rural?
Profº Fernando: No CEDERJ nós temos duas avaliações. Uma a gente chama de AD (Avaliação à Distância) e vale 2.0 pontos e o aluno pode fazer em sua casa e depois envia. E existe a AP (Avaliação Presencial) que é uma prova presencial que vale 8.0 pontos. Agora, alguns professores também pedem trabalhos extras que somam à AP.

JG: Como funcionam as disciplinas pedagógicas?
Profº Fernando: Temos quatro de fundamentos da educação, três práticas de ensino e quatro estágios. Tem-se sempre à frente um professor coordenador e um tutor que a gente chama de tutor à distância, mas ele está ao lado do coordenador. O tutor à distância é quem dá o plantão no telefone e no nosso setor.
JG: Os alunos do Instituto de Educação fazem as mesmas disciplinas que os alunos do EaD?
Profº Fernando: Não, tem um pouco de diferença, pois há no CEDERJ livros, material impresso, que não existem na presencial, o que propicia uma metodologia bem diferente. No Ensino à distância além dos guias ou livro de estudo que o aluno tem para cada disciplina, você tem fóruns, chats. Agora temos um evento novo que se chama “Manhã Pedagógica”: uma vez a cada semestre aos sábados, um professor vai a um desses pólos (Campo Grande, Cantagalo, Três Rios, São Gonçalo, Rio Bonito, Santa Maria Madalena) e de forma presencial dinamiza assistir um filme, um debate, ou outra atividade.

JG: Como a Universidade se posiciona diante ao preconceito existente em relação aos cursos à distância?
Profº Fernando: Primeiro ponto não é nem questão de como a Universidade se posiciona, porque a Universidade sempre foi muito clara, ela considera de igual para igual os cursos. Por exemplo, o DEG (agora PROGRAD) tem investido muito em material para a gente trabalhar: computadores novos, tecnologia nova e tem investido mesmo na tentativa de ampliar o espaço. Agora, existe e isso não é uma farsa, um imaginário de que o ensino à distância é frágil, é óbvio, porque tem muito professor que não age como o esperado, mas não é o caso do CEDERJ. Porque, primeiro, o CEDERJ é um consórcio de seis universidades públicas; e os professores coordenadores das disciplinas são os professores destas universidades. Não dá para tentar fazer educação à distância igual à presencial, pelo contrário, ela tem que manter as características dela. A qualidade não reside em tentar fazer igual, reside nas interações, no material que você tem e na utilização da plataforma.
JG: Qual o diferencial de um aluno que estuda à distância para um aluno na presencial?
Profº Fernando: Eu dou aula para os dois e eu diria a você que eu converso mais com os meus alunos à distância do que com meus alunos do presencial. Eu entro em uma sala presencial uma vez por semana, com 30 alunos. Pode ser que eu atenda sete ou nove alunos, mas tem aquele dia e aquele momento. No à distância não, eu tenho um email que eu posso usar para responder o aluno em um prazo de 24 horas, ele pode fazer cinco ou seis perguntas por semana, eu tenho o fórum, o chat e o telefone que o tutor pode atender e passar informações. Então eu penso que quando a coisa funciona bem a gente responde muito mais dúvidas de um aluno à distância do que de um aluno presencial. Como eu digo: não é melhor nem pior, são situações diferentes.
JG: Há acompanhamento dos alunos graduados na EaD?
Profº Fernando: Toda vez que um aluno nosso, egresso do CEDERJ, é aprovado em algum concurso público, Estado ou município, a gente recebe essa comunicação. E outro ponto importante é o curso que coordeno chamado “Mídias da Educação”. É um curso de pós-graduação e muitos alunos matriculados são oriundos do CEDERJ, sendo em torno de 10 alunos.
As pessoas interessadas em conhecer mais sobre a parceria entre a Rural e o Consórcio CEDERJ podem visitar o site: www.cederj.edu.br
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Dezembro 2010
Cristiane Cardoso
Coordenadora do Curso de Geografia do Instituto Multidisciplinar 

A proposta de criação do curso de Geografia no Instituto Multidisciplinar foi apresentada pelo Departamento de Educação e Sociedade no II Seminário Interno do Instituto, realizado em maio de 2007. Tal proposta vincula-se ao cumprimento das metas estabelecidas pelo Ante-Projeto Político-Pedagógico, parte integrante do Projeto de Implantação do Campus da UFRRJ em Nova Iguaçu, assim como pelo Plano de Desenvolvimento Institucional 2007-2011 (ampliação da oferta de cursos).

Fundamentada na busca pelo conhecimento sobre as relações entre a natureza e a sociedade e seus desdobramentos, e inserida no domínio das Geociências e das Ciências Sociais, a Geografia situa-se na interface entre os espaços físicos e humanos submetidos a um constante processo de (re)configuração ao longo do tempo.

Desta forma, a criação do curso de Geografia contribui essencialmente para proporcionar a articulação com as diferentes áreas do IM, possibilitando o desenvolvimento de novos diálogos com campos de conhecimento que configuram a tradição da UFRRJ.

O curso de Geografia (licenciatura plena), de Nova Iguaçu, recebeu a primeira turma em agosto de 2010. Desde então várias atividades já foram realizadas, dentre as quais destacamos: concursos para novos professores, implantação do colegiado, I Semana de Integração e Acadêmica, I Semana da Geografia, Trabalho de Campo e Sarau Pedagógico, mostrando uma integração entre a coordenação, corpo docente e discente.

Nossa grande conquista e nova batalha para o próximo ano será a implantação do PET-Geografia/IM, intitulado “Geografia, cultura e cidadania: diálogo de saberes no ensino de Geografia” (aprovado neste ano e com início das atividades previsto para dezembro de 2010), que trará o fortalecimento do curso dentro e fora da UFRRJ. Além disso, estamos batalhando para que o curso possa estabelecer convênios com outras instituições, implantar grupos de pesquisas, ampliando as atividades de extensão e pesquisa. Espera-se ainda que os alunos avancem na criação do Centro Acadêmico e que juntos possamos aprofundar as relações já existentes com o curso de Geografia de Seropédica.

Nestes seis meses de existência muitos obstáculos foram enfrentados, muitas vitórias já se apontaram. Porém um longo caminho ainda se apresenta, novos desafios e demandas irão aparecer. Esperamos que tudo isso venha a fortalecer e consolidar este novo curso, além de fortalecer ainda mais a proposta da UFRRJ, em especial do IM.

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Novembro 2010
Lana Claudia de Souza Fonseca 
Coordenadora institucional do PIBID / UFRRJ

Ano de 2006. Em frente a um aparelho de TV assistíamos a um rápido pronunciamento do Ministro da Educação, Prof. Fernando Haddad que anunciava um programa do MEC que forneceria bolsas para que alunos de curso de Licenciatura pudessem ser “fixados” no magistério, conhecendo e vivenciando o cotidiano de escolas públicas no Brasil. Ouvi essa notícia com esperança, afinal, após quase 20 anos como professora, em diversos níveis e modalidades de ensino, sabia o quanto de corrosão a desvalorização já havia causado em nossa profissão.

O fato não era somente conceder bolsas, era igualar a Iniciação à Docência ao status de uma Iniciação Científica, com bolsas, projetos e tudo o que uma atividade acadêmica requer, mas da qual, a Licenciatura foi, paulatinamente excluída. Em 2007, professores e coordenadores de alguns cursos de Licenciatura foram convidados para pensarmos o PIBID em nossa Universidade. Surge, então, o Projeto Ciência e cidadania: saberes e fazeres na escola básica que foi aprovado pela CAPES e teve início em 2008, envolvendo 5 cursos de Licenciatura – Biologia, Física, Licenciatura em Ciências Agrícolas, Matemática e Química, num total de 68 bolsistas de licenciatura, 7 escolas e 7 supervisores – professores da educação básica – 5 coordenadores de área e 5 professores colaboradores.

Já em 2010, foi aprovado um novo edital, com o projeto “Culturas, conhecimentos e formação de professores: diálogos entre a universidade e a escola básica”, com mais 5 licenciaturas – Belas Artes, Ciências Sociais, Filosofia, Letras e Pedagogia, ampliando o universo de participantes para mais 110 licenciandos e 13 supervisores em 9 escolas, 5 coordenadores de área e 8 colaboradores. A consolidação do PIBID é mais um passo para o Programa Institucional de Formação de Professores para a Educação Básica da UFRuralRJ  que busca, dentre outros objetivos: Compreender a escola em toda sua complexidade; Buscar continuadamente o conhecimento, contextualizando-o no nexo da realidade global-local; Propor novas soluções para os problemas de ensino-aprendizagem, observando as especificidades da área do saber e Desenvolver uma atitude colaborativa e solidária nos seus espaços de atuação.(Deliberação CEPE 138).

Hoje, nossos 178 bolsistas de Iniciação à Docência desenvolvem trabalhos, em conjunto com os supervisores e coordenadores, que além de inseri-los no cotidiano da escola básica, os fazem refletir sobre o papel do professor de uma forma mais orgânica e articulada e proporciona aos estudantes o resgate do valor de ser professor e seu papel como profissional complexo, produtor de conhecimentos.

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Outubro 2010
Lucília Augusta Lino de Paula
Coordenadora das comemorações do centenário de origem da UFRRJ


Ingressar como professora nessa universidade centenária mudou a minha vida. A vida acadêmica para um professor universitário exige o envolvimento com pesquisa e extensão além do ensino, o que efetivamente requer uma dedicação exclusiva à Universidade. Essa dedicação me fez mudar para Seropédica, construindo aqui meu lar.

Desde o primeiro momento quando cheguei à Rural, há 14 anos tive o sentimento de pertença à instituição, de que vinha para ficar e aqui construir minha história acadêmica. Nos últimos cinco anos, o envolvimento com a criação e implantação do campus Nova Iguaçu monopolizou a minha vida, exigindo uma dedicação além de exclusiva, também integral. Sinto-me muito honrada de ter feito parte dessa história, de ter dado a minha contribuição na expansão da Universidade Rural, de ter retornado à Nova Iguaçu onde nasci e cursei a educação básica, para colaborar com a construção desse patrimônio educacional – um legado significativo para a Baixada Fluminense, o estado e o país –  que é  Instituto Multidisciplinar. 

Este ano, quando a instituição comemora 100 anos da criação da ESAMV, instituição que a originou, meu coração se enche de alegria e orgulho, por pertencer à UFRRJ e nesse momento histórico estar participando de ações que tentam resgatar a memória desses 100 anos de educação. Tantos professores, técnicos e estudantes aqui deixaram suas marcas, não só no desenvolvimento do ensino, pesquisa, extensão e administração da Universidade Rural, mas também na militância política e cultural, no esporte, na participação em movimentos sociais. Estar na Rural, como servidor docente ou técnico ou como estudante, requer um envolvimento maior que o esperado em outras universidades, sob pena de perder experiências maravilhosa.

 Hoje, essa universidade multicampi é bem diferente de quando se reduzia ao Km 47, e a expansão, marcada inclusive pela internacionalização, aponta para a construção de uma universidade mais plural para os próximos cem anos. A universidade também avança nas áreas de humanidades e de tecnologia, sem deixar de lado suas bases fundamentais, assentadas nas ciências agrárias.

E o mais legal é que cada estudante também faz parte dessa história, que está aberta, para que cada um imprima nela a sua marca, escreva sua participação, contribuindo para mais cem anos de educação.

Um comentário:

  1. MOREI EM PIRACICABA EM 1978, NESTA ÉPOCA O RECOLHIMENTO DO LIXO ERA OBRIGATÓRIAMENTE SELECIONADO, SACOS DE CORES DIFERENTES PARA PAPEL, VIDRO, LIXO ORGÂNICO ETC, CASO CONTRARIO OS RECOLHEDORES NÃO LEVAVAM E A PREFEITURA VINHA EM CIMA, O LIXO ORGÂNICO IA PARA A ESALQ ETC ETC, AQUI ATÉ HOJE NÃO ACONTECE ISSO PR? COMO UM ORGÃO AMBIENTAL PODE PERMITIR UM LIXÃO SOBRE UMA ÁREA DE APA (ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL) SOBRE O AQUIFERO DE PIRANEMA? FALTA NO NOSSO BRASIL ALGUM ORGÃO PARA FISCALIZAR - DELIBERAR - PROPINAR - JÁ TÊM MUITOS. LUTAMOS - MAS O DINHEIRO ESTÁ TAPANDO OS OUVIDOS DOS QUE DEVERIAM NOS ESCUTAR. TRISTE. MINHA RURAL ESTÁ CHORANDO - GRITANDO - QUEREMOS SER ESCUTADOS. BETH DeMat

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