quinta-feira, 20 de junho de 2013

Transformações, mas com qualidade

Por Phelype Gonçalves
Fotos: Phelype Gonçalves

No último dia 11 de junho, no Salão Azul do Pavilhão Central (P1) da UFRRJ, aconteceu o workshop “Introdução aos Negócios Sociais”. Realizado pela empresa júnior de Economia da Rural, a Ceres Jr., o evento trouxe três embaixadores da Choice — maior rede de universitários engajados em Negócios Sociais do Brasil.

Demétrio Gripp, estudante de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense (UFF); Hamilton Henrique, estudante de Engenharia de Produção da Universidade Veiga de Almeida (UVA); e Antônio Brandão, estudante de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ministraram o workshop e falaram sobre empreendimentos que geram impacto na sociedade, para melhor, com o foco voltado para as classes C, D e E.

Logo no início, Pedro Mattosinhos, presidente da Ceres Jr., deu as boas-vindas aos participantes e, como atividade final da oficina, propôs a criação de idéias voltadas para o município de Seropédica, para deixar boas recomendações de mudanças e melhorias para o território.

Demétrio Gripp (em primeiro plano) observa a atuação do público na oficina
Os embaixadores, então, iniciaram a palestra e ilustraram, com diversos exemplos, negócios sociais espalhados pelo mundo. Um deles é o Grameen Bank, o primeiro banco do mundo especializado em microcrédito para grupo de pessoas com baixa renda. Idealizado pelo professor bengalês Muhammad Yunus, tem sua taxa de inadimplência baixíssima — 1,5% ao ano — e foi vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2006.

Segundo um dos palestrantes, Henrique disse não haver muita valorização das classes baixas da sociedade e o Grameen Bank é um ótimo exemplo de empreendimento contrário aos modelos convencionais que existem.

— O mercado entende que a classe C, a D e a E tem potencial financeiro. E inovações como o de Yunus mudam a vida de pessoas. Além disso, essas classes movimentam mais de três trilhões de dólares no mundo — disse.

De Canvas à juventude

Ao decorrer do evento, foram exibidos diversos modelos de empreendedorismo que transformam lugares, pessoas e paradigmas sociais. Outra referência, apresentada no Salão Azul, foi o Business Model Canvas, uma espécie de ferramenta — em uma página — para abrir, desenvolver ou esboçar negócios novos ou já existentes, de formas simples. Desenvolvido por Alexander Osterwalder (doutor em Sistemas de Informações Gerenciais pela Universidade de Lausanne, na Suíça; empreendedor e autor), o modelo de negócio é uma estrutura suavizada e eficaz de qualquer projeto de empreendedorismo.

Como fim das atividades, os três embaixadores da Choice propuseram uma dinâmica ao público para criarem ideias voltadas para as classes baixas da sociedade, em especial para gerarem renda em Seropédica, embasados pelo modelo de Osterwalder. Surgiu um jornal grátis feito de papel reciclado e voltado para o município, além de uma empresa de entrega de remédios e comida após às 22h em Seropédica, e muitas outras concepções.

Para Leonardo Boy, aluno do 4º período de Relações Internacionais (RI) da UFRRJ, por ser estudante de um curso de graduação da área de humanas, resolveu participar do workshop para se integrar ainda mais com setores como o comércio e a sociedade.

Brandão explica o tema do workshop
— Me interessei pela área de negócios sociais por meu curso ter uma pegada mais humanitária. Já trabalhei na empresa júnior de RI, a Xport Jr. e, além de querer fazer pós-graduação na área de comércio exterior, quero trabalhar com a área comercial ou social. Esse evento contribuiu para fazer com que a gente olhe para as coisas e perceba uma oportunidade — revelou.

Segundo Antônio Brandão, incentivar o empreendedorismo no âmbito universitário é muito importante, pois os estudantes de hoje são os futuros profissionais da sociedade.

— Essa galera tem muito poder. É um momento em que as cabeças deles estão explodindo de ideias e o nosso pensamento é mostrar pra esses universitários que mudar a realidade não está longe. É mostrar que dá pra fazer de outros jeitos fora dos padrões convencionais e que empreender é dar, realmente, o primeiro passo — conta.

Para os interessados nesses temas, Brandão dá algumas dicas de sites e locais que podem estimular a criatividade e informar ao mesmo tempo. Vale lembrar o quanto ler de tudo e se manter sempre alerta aos acontecimentos no Brasil e fora dele é um dos principais diferenciais.


— Existem diversos sites que as pessoas podem entrar, mas é bom ter uma cultura geral. Alguns que posso indicar são a Endeavor, o Facebook da Artemisia e da Choice, o site da Exame etc.

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