quinta-feira, 18 de abril de 2013

Salão Azul recebe palestra de André Fernandes


Fundador da Agência de Notícias das Favelas falou  sobre jornalismo, cidadania e UPPs

Por Victor Sena
Fotos: Victor Sena

“Meu neto, tudo o que é conquistado com dificuldade tem mais sabor”, relembrou André Fernandes ao falar dos conselhos de seu avô, ao começar a palestra sobre a criação da Agência de Notícias das Favelas (ANF), ontem (17),  no Salão Azul do P1. Hoje, aqueles velhos conselhos viraram realidade, construída sobre insistência e perseverança.

Cristiane dá aulas de Jornalismo Impresso e trabalhou no jornal Extra
Fernandes nasceu em uma família de classe média, com boas condições sociais e se tornou fuzileiro naval. Na época, chegava em casa após o serviço e voltava à rua para ajudar pessoas carentes. Depois de trabalhar como militar, se tornou missionário do Jovens Com Uma Missão (Jocum) e se especializou em missões urbanas no Morro do Boréu, Rio de Janeiro.


– Fizemos os traficantes “entenderem” que era importante se desarmar –  disse André, se referindo à época em que trabalhou com o projeto Rio Desarme-se.  –  Morar dentro dos lugares nem sempre foi muito fácil. Mas além de estar realizando um trabalho sério e verdadeiro, eu acredito muito em Deus e deu tudo certo.

Antes de André ter começado a contar a sobre sua vida, a professora Cristiane Venâncio (DLC- UFRRJ) abriu o evento comentando sobre a proposta editorial inovadora da Agência de Notícias das Favelas, desenvolvido por Fernandes em janeiro de 2001, e sobre a carreira do palestrante, que lançará o livro “Perseguindo um sonho” na Bienal do Rio.

– O André colocou um fio condutor lógico entre a comunicação das comunidades –  disse Cristiane.

André Fernandes foi fuzileiro naval, missionário e foi parar no jornalismo 
Antes de a agência de notícias se consolidar, Fernandes fundou a Casa da Cidadania para levar aos moradores das favelas consciência sobre direitos e deveres, incentivando a favela a conquistar sua cidadania. Daí, a ideia da ANF surgiu.


– Não somos (a ANF) uma mídia da elite. Nós somos uma mídia de pobres, contra- hegemônica – finalizou.

Conheça o site da ANF 


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