quinta-feira, 31 de maio de 2012

Seminário discute valores sociais da atualidade

Por Samara Costa
Abordando assuntos polêmicos o “Seminário Constituição de Sujeitos: Valores Religiosos e Moralidades” foi realizado ontem (30) no Auditório Paulo Freire no ICHS. O evento discutiu temas como o aborto, adoção, bullying, homossexualidade e religião.
Professoras debatem  homosexualidade durante o seminário
O seminário foi dividido em duas partes. De manhã, contou com a presença de Rachel Aisengart (UFRJ), Carlos Abraão (UFRJ), Edlaine de Campos (Unirio), Naara Luna (UFRRJ) e Fábio Henrique Lopes (UFRRJ) abordando assuntos relacionados ao tema: “Direito à vida e Constituição de Sujeitos: questões sobre aborto, eutanásia e células-tronco”.
À tarde o debate foi sobre  “Valores religiosos, moralidades e família” com a participação de Maria das Dores Campos (UFRJ), Carly Machado (UFRRJ), Alessandra Rinaldi (UFRRJ), Diana Lima (Uerj) e Luciane Moás (UFRRJ).
Debates
A pesquisadora Maria das Dores Campos apresentou sobre  religião e homossexualidade. Segundo ela a sociedade vive presa a certos limites impostos. “A decisão judicial fortalece o momento social e obriga os grupos sociais a viverem nessa situação, como é o caso do casamento entre gays. O estado pode dizer se os homossexuais podem se casar ou não”. Para Maria das Dores essa situação pode ter uma solução. “Deve ser feito um debate público para criar outras vozes e opiniões sobre este caso. Discutir a homossexualidade abertamente por diversos pontos de vista, não somente o da igreja”, esclarece ela.
O bullying também foi discutido durante o evento. A pesquisadora Carly Machado relembrou alguns eventos como o Massacre de Columbine, em 1999, nos Estados Unidos e o Massacrede Realengo,em 2011, no Brasil. De acordo com Carly o bullying não é discutido como deveria ser. “Sempre é falado que os massacres  acontecem em lugares aglomerados. Mas, por que acontece em escolas, sendo que há outros lugares com mais massas? O bullying não é problematizado como questão educacional e sim patológica do assassino”, explica Carly.
A questão sobre novos arranjos familiares e adoção foi analisada pela professora de Antropologia da UFRRJ, Alessandra Rinaldi. Segundo ela, a adoção de crianças ainda é excludente. As crianças menos adotadas são maiores de 5 anos, grupos de irmãos, negras e deficientes.  A questão da adoção por homossexuais também foi discutida. Segundo Alessandra “ser gay e querer adotar no Rio de Janeiro é mais fácil”.
Apesar da greve os professores e alunos lotaram o auditório Paulo Freire até o final do seminário. A estudante Thais Peixoto, foi uma delas. “Foi muito bom o seminário. Me interessei por tudo. Os temas foram polêmicos e instigantes. Questionaram sobre valores difíceis de falar”, explica a aluna do primeiro período de Direito do campus de Nova Iguaçu, mas já formada em pedagogia pela UERJ. Para ela o bullying é um assunto delicado e que deve ser bem analisado. “A escola tem um papel opressor, impõe muitas coisas. Sendo assim o professor têm uma responsabilidade enorme e deve lidar com os problemas dos alunos a fim de solucionar”, esclarece a jovem. 

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