Por Carolina Vaz
Estudantes presentes na Rural puderam participar, na última
terça-feira (01), de um cine-debate do
filme A Batalha de Argel, no auditório Paulo Freire, do ICHS. Trata-se de uma produção
argelina lançada em 1966, quatro anos após o fim da guerra pela independência
da Argélia, ex-colônia francesa. A Batalha de Argel trata do desenrolar do
embate em Argel, capital do país, onde moravam europeus e árabes. Lá, surgiu a
Frente de Libertação Nacional (FLN), movimento composto por argelinos árabes
(de origem não-europeia), oriundos da região Casbah. O movimento, que lutava
pela independência do país, passou a se declarar responsável pelos árabes,
tanto em questões humanas como em moral. As pessoas que se aliavam à FLN
realizavam ataques terroristas contra policiais franceses, até o dia em que a
polícia francesa respondeu com um ataque a explosivo em Casbah, e ambos os
lados começaram a se enfrentar com ataques que matavam e feriam dezenas de pessoas.
Com o tempo, a polícia começou a capturar os responsáveis da FLN e torturá-los.
O professor Alexander Vianna, do Departamento de História,
fez considerações sobre o filme, destacando a dialética que o constrói, à
medida que as ações da FLN acontecem como resposta às do exército francês e
vice-versa. Ele também enfatizou que o filme foi construído em cima da
narrativa de Saadi Yacef, ator da produção e ex-combatente da FLN, e também pela influência do diretor Gillo
Pontecorvo, italiano frustado com os partidos comunistas de seu país, porém
ainda anti-colonialismo. Vianna ainda tratou do contexto histórico da produção
do filme e comentou que, embora o texto possa parecer parcial, em apoio aos
guerrilheiros, a estética e a trilha sonora garantem o equilíbrio, dramatizando
igualmente os ataques e personagens de ambos os lados.
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