terça-feira, 25 de outubro de 2011

SNCT
Especialistas apontam planejamento urbano como principal
meio de prevenção de desastres urbanos

Por Kleber Costa

Na última sexta (21) foi realizada uma palestra sobre Desastres Naturais: Região Serrana e o Estado do Rio de Janeiro, uma questão muito importante para a sobrevivência do nosso planeta. O evento integrou a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, ocorreu no auditório Gustavo Dutra, no andar térreo do prédio principal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, das 9h às 11h.

Os palestrantes abordaram as tragédias naturais acontecidas no começo do ano, na Serra do Estado do Rio de Janeiro, destacando as cidades mais atingidas por deslizamentos de terras e enchentes, como Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.

Prof. Francisco destaca a falha no
investimento em pós-desastres
O palestrante e professor do departamento de geociências da Universidade, Francisco Carlos de Francisco, recorda que é gasto mais com o pós-desastres do que com a prevenção das tragédias. “Vale mais investir em prevenção, do que em reparação. Não somente gasto financeiro, mas gasto ambiental também”, enfatiza.

De acordo com os palestrantes,  um dos grandes fatores que causam inundações hoje em dia é a impermeabilização do solo, que ocorre principalmente em grandes cidades e/ou em cidades sem planejamento urbano. O professor Francisco diz que repensar o paisagismo é um ponto fundamental para a redução de desastres. “Rever o processo de planejamento urbano para novos loteamentos é de extrema importância” e especifica “já em áreas construídas o que deve ser feito é a arborização, com mais árvores a absorção da água das chuvas acontece, diminuindo a probabilidade de enchentes”, explica.

O docente lembra ainda que as brechas na lei agravam ainda mais os problemas. Segundo ele as pessoas não cumprem as normas estabelecidas pelo governo, pois sabem que não existe a devida fiscalização e cita um exemplo bem próximo. “As pessoas caem no comodismo, porque sabem que não existe punição. Isso acontece em Seropédica, aqui não existe paisagismo, qualquer um observa isso”.
As chuvas de verão de 2012 podem ser
perigosas para RJ segundo prof. José

Outro palestrante que contribuiu para a discussão foi o professor Francisco José Corrêa Martins, também do departamento de geociências da Rural. Ele reforça ainda mais a visão do seu colega de departamento e reafirma o temor  que pode acontecer com a região serrana do Rio de Janeiro neste verão. Segundo ele a ocupação da área começou há 150 anos de forma totalmente desordenada. Ele conta que aquele local não poderia ser habitado. “Aquela área possui densa massa de mata atlântica e inúmeras rochas descontinuas passando por um processo de degradação, além de existir atividades sísmicas”, declarou.

Estudos demonstram a sobrecarga
que a região serrana sofre


O professor do departamento de geociências e palestrante, José Miguel Peters Garcia abordou a existência de uma sobrecarga no solo da região serrana do Rio, em virtude das construções. Ele trouxe algumas fotos que mostraram a fragilidade do local, endossando a fala dos companheiros.

Os palestrantes nos fazem refletir. Afinal de contas o que estamos fazendo com o nosso planeta? O que estamos fazendo com a nossa casa? Devemos saber que tudo tem um limite e com a Terra não é diferente.

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