SNCT
Especialistas apontam planejamento urbano
como principal
meio de prevenção de desastres urbanos
Por
Kleber Costa
Na última
sexta (21) foi realizada uma palestra sobre Desastres Naturais: Região Serrana
e o Estado do Rio de Janeiro, uma questão muito importante para a sobrevivência
do nosso planeta. O evento integrou a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia,
ocorreu no auditório Gustavo Dutra, no andar térreo do prédio principal da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, das 9h às 11h.
Os
palestrantes abordaram as tragédias naturais acontecidas
no começo do ano, na Serra do Estado do Rio de Janeiro, destacando as cidades
mais atingidas por deslizamentos de terras e enchentes, como Nova Friburgo,
Petrópolis e Teresópolis.
Prof. Francisco destaca a falha no investimento em pós-desastres |
De acordo com
os palestrantes, um dos grandes fatores
que causam inundações hoje em dia é a impermeabilização do solo, que ocorre
principalmente em grandes cidades e/ou em cidades sem planejamento urbano. O
professor Francisco diz que repensar o paisagismo é um ponto fundamental para a
redução de desastres. “Rever o processo de planejamento urbano para novos
loteamentos é de extrema importância” e especifica “já em áreas construídas o
que deve ser feito é a arborização, com mais árvores a absorção da água das
chuvas acontece, diminuindo a probabilidade de enchentes”, explica.
O docente
lembra ainda que as brechas na lei agravam ainda mais os problemas. Segundo ele
as pessoas não cumprem as normas estabelecidas pelo governo, pois sabem que não
existe a devida fiscalização e cita um exemplo bem próximo. “As pessoas caem no
comodismo, porque sabem que não existe punição. Isso acontece em Seropédica, aqui
não existe paisagismo, qualquer um observa isso”.
As chuvas de verão de 2012 podem ser perigosas para RJ segundo prof. José |
Outro
palestrante que contribuiu para a discussão foi o professor Francisco José
Corrêa Martins, também do departamento de geociências da Rural. Ele reforça
ainda mais a visão do seu colega de departamento e reafirma o temor que pode acontecer com a região serrana do Rio
de Janeiro neste verão. Segundo ele a ocupação da área começou há 150 anos de
forma totalmente desordenada. Ele conta que aquele local não poderia ser
habitado. “Aquela área possui densa massa de mata atlântica e inúmeras rochas
descontinuas passando por um processo de degradação, além de existir atividades
sísmicas”, declarou.
Estudos demonstram a sobrecarga que a região serrana sofre |
O professor
do departamento de geociências e palestrante, José Miguel Peters Garcia abordou
a existência de uma sobrecarga no solo da região serrana do Rio, em virtude das
construções. Ele trouxe algumas fotos que mostraram a fragilidade do local,
endossando a fala dos companheiros.
Os
palestrantes nos fazem refletir. Afinal de contas o que estamos fazendo com o
nosso planeta? O que estamos fazendo com a nossa casa? Devemos saber que tudo
tem um limite e com a Terra não é diferente.
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